segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quando há aquele momento público em que o espirro e o muco nasal se combinam para endoidecer uma pessoa, há toda uma busca incessante por lenços de papel nas profundezas de uma mala. E depois lembro-me disto: o lenço na manga da camisola. Tão simples e prático. No outro dia quando me deslocava de comboio, reparei numa senhora que depois de uma bela assoadela, colocou o seu lenço ranhocado no pulso. Esta prática julgo que remonta à década de 80, e é uma prática que julgava ter sido abolida no final dos anos 90 (talvez devido ao apogeu da era moderna), mas estava enganada! Quando vi a senhora a introduzir com determinação o seu lenço na manga, lembrei-me logo da primária, das camisas de flanela, e das camisolas de lã...do esforço que fazia em colocar o lenço da ranhocada entre a camisola interior apertadíssima e a camisa de flanela. Ah eram outros tempos! E não eram lenços de papel!Eram lenços de tecido florido e molhado, pelos espirros e ranho de inverno de uma criança feliz.