O coração fica-me pálido,
fica-me pálido quando vais, quando não ficas.
A pá enterro-a na terra e ela sai-me vazia.
A terra não me vem, não me fica.
Leva-la tu que podes melhor dos ossos.
Leva-la tu porque ela a ti sabe melhor.
Leva-la tu porque és amor todos os dias.
Todos os dias és amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor
(Pausa. Respiro.)
Digo mil vezes meu amor,
que me deito contigo, que me entrego a ti,
que me choro e entrego-me.
Possui-me que sou de ninguém.
Ninguém me tira da terra como tu me desenterras.
Todos os dias.
Vens todos os dias, mesmo que não me queiras.
E que não queiras, que eu morra já aqui.

Fotografia: Augusto Alves da Silva

Belíssima exposição na Fundação Serralves. Imagens bem fortes, que talvez choquem, talvez não. Dependendo de quem as vê, de quem as sente.

As horas trocam-me o corpo, deixam-no sem eira nem beira. Estou nisto, neste estado de sítio, neste estado de mente presa nos sons. Os sons. Molho os lábios com a língua, descobri-a há pouco tempo. Que sentido faz não saber que as coisas existem se não as sentirmos. Sinto-a agora. Sei que a língua me molha os lábios, prendo os lábios na língua e os dentes nos lábios. A boca sabe-me aos teus dedos. Cuspiste-lhes as palavras e deste-mos a provar. Sabem-te. Sabem à tua saliva de palavras nobres. Eloquência de palavras, emoção pura entre os homens. Que outro cheiro?Que outro cheiro...Não o sei ter, não sei se o tenho...eu sei que não o tenho. Digo que não sei só para sentir as entranhas a borbulhar de emoção. Pudesse eu ter e seria um louco sem freios. Ter ainda que por breves segundos das horas que me trocam, que me tocam. Leva-me de mim que eu já não sei ser.
As horas trocam-me os sentidos, o meu sentido de ser, de existir...existir na minha essência, nas horas que me trocam, nos anos que me faltam. Seria um louco sem freios.

Porque é que eu acho que nestes últimos tempos, os doentes mentais estão em grande?
No outro dia foi o Berlusconi a apanhar com um troféu nos dentes, e hoje o papa foi derrubado por uma alegada doente psiquiátrica... Humm, será que eles estarão assim tão doentes? A mim parece-me que eles reconhecem bem os alvos merecedores de tais coisas! Muahahaha

Verifiquei este ano, com alguma satisfação, que o delírio das luzes de natal e dos pais natal nas janelas já está mais calmo. Embora tenha de confessar que um dos meus vizinhos é detentor de todo um pai natal feito de luzes na varanda, e mais luzes que parecem vários flashes de máquinas fotográficas! Mas eu até compreendo o senhor...ele não tem mau gosto, não não, ora essa! Ele está só a tentar recriar o ambiente de uma qualquer gala de óscares...Para um natal com mais glamour! Uh lá lá!

Vejam!Vejam! O vídeo está mesmo engraçado :D uma balada de Natal para acabar o dia...o David é um senhor!

O Natal dos simples

Um dia destes, um destes dias deixo de fazer sentido

Eu sei, eu sei que sim...o pior é saber que sim

Desde pequeno que tinha a mania de observar as coisas de longe. Não gostava de colar o meu nariz à janela como os outros...os outros que deixavam o ranho preso às janelas e o bafo acriançado no vidro. As pessoas podiam ver. E se me vissem sabiam que existia. Passava da minha não existência para uma existência denunciada, pelos meus dois olhos espiões. Nos meus olhos estavam escritas as palavras que queria dizer. Nos meus olhos estava desenhado o que queria saber dos outros. Com o tempo apaguei isso, não tenho nada que dizer com os olhos. Os meus olhos eram espiões, mas diziam coisas que eu não queria. Diziam sim. Como daquela vez que a senhora Gabriela me perguntou quem tinha partido o vidro da cozinha. E eu dizia-lhe que não, que não. E os meus olhos acenavam para cima e para baixo, muito rápido, a dizer que sim, que sim. A partir daí apaguei-lhes as palavras e os desenhos, e deixei-os em branco. Agora não têm o que falar os caraças...
Observo as coisas de longe longe longe, sempre. Como os raios da tempestade lá fora. Parece uma tempestade sem sentido vista daqui. A casa está arrumada aqui dentro. Tudo está calmo. Ninguém está, ninguém vem lá, ninguém vem cá... Tento ver mais de perto...não vou. A tempestade fica bem ao longe. Nunca se sabe quando os raios me podem bater à porta.

Alguém me pode explicar esta música de Muse? É algo que eu não percebo. Não encaixa! A letra é uma coisa pirosa, a batida parece 50 cent, o videoclip mostra uma rapariga a dançar de forma sensual...bolas...o culminar seria ver Matt Bellamy a esfregar-se na garota!

Está frio lá fora e eu estou quente quente por dentro

Vinte e um Invernos

como é estranho crescer...

Vinte e um Invernos mais velha e parece que nada muda. Quer dizer, tudo muda. As pessoas que estão e me são mudam. Algumas ficam. Essas são as pessoas. E parece que nada muda porque eu continuo a ser eu, a viver. E parece que tudo muda quando vejo as marcas do meu sorriso vincadas na pele, a expressão que já não é infantil no rosto. O peso dos vinte e um Invernos marcado na pele, na expressão, na responsabilidade. Eu sou a mesma e mudei tanto. Sinto que sou eu mil e uma vezes repetida. Sou uma série de upgrades. Espero chegar ao expoente do meu eu. Espero que a viagem pelos Invernos frios de Dezembro continue com quem me é. Com quem me é agora ou não. E eu quero que seja com quem me é agora, porque agora quem me é, é tudo, tudo, tudo...

Oh yeah! Check it out one more time brothers and sisters! Passei no código, passei passei! Andar de boguinhas nunca esteve tão perto! Get ready! Muahahahaha

O que é que tu queres pa?

Fotografia de José Mesquita

Ele existe mesmo...

No outro dia ouvi uma notícia na rádio que me deixou bastante intrigada. Esta dizia que o aquecimento global era forjado, e que os dados actuais tinham sido manipulados por cientistas. Ora, não sei qual era o interesse de forjar dados nesta matéria, pelo que fui investigar sobre isto. Aparentemente ele existe mesmo...assim dizem os 1700 cientistas britânicos que subscreveram a declaração da Metoffice. Realmente, após tantos anos de investigação meticulosa por milhares de cientistas altamente qualificados, era só estranho que os dados não fossem reais, e se dessem ao trabalho de inventar tal coisa. Pelos vistos todo este boato começou com algumas declarações de cépticos que não acreditam na teoria do aquecimento global. Ora bem meus senhores cépticos, ele existe mesmo!

Cara de peixe tolinho sem dentes na boca que morreu feliz feliz feliz e bem tolinho...

Fotografia de Sara Morgado (?)

Tu!ba?

Traços, vê os meus traços, teus traços, teus...meus, nossos, sim...sim!Nossos sim...Fazes parte da história dos meus traços. Já fazes parte.

Só pergunto isto: para quando a retirada de Alberto João Jardim?
É que é realmente engraçado, como este homem para além de querer individualizar a Madeira do resto do país, querendo fazer das suas ideias retrógradas as ideias da região e quiçá do continente, também tem uma capacidade nata de contrair dividas e mais dividas. Parece que a sua proposta de orçamento para 2010 envolve um empréstimo de 230 milhões de euros, podendo haver quem sabe necessidade de outro empréstimo para os salários e subsídios dos funcionários da administração pública da Madeira. Ora bem! Parece que alguém anda a gastar muito e bom dinheirinho nos fatos de carnaval!

Se eu fechasse os olhos descobria-te pelo cheiro. E podiam haver milhões de pessoas à tua volta, que nenhuma teria esse cheiro. O cheiro de quem é amor e o sabe ser não sabendo.

Como é que eu hei-de explicar isto...estou cansada. Não é um cansaço que passa. É um cansaço que fica e mói o corpo e deixa os olhos vidrados. Podia deixar os olhos somente vidrados, mas deixa os olhos vidrados todo o dia. E as pessoas olham para mim a dormir no comboio, num sono profundo. Isto de acordar todos os dias às 6.20 não está com nada...

Já agora, aproveito para fazer propaganda: quem quiser levar com injecções no rabo pode vir ter comigo. Aceito rabos para treino intensivo!