terça-feira, 23 de março de 2010

Algum dia perde-se o fio condutor. Algum dia. Há sempre um dia que se perde. De manhã até à noite. Há sempre um dia em que nos sentimos inúteis e sem nada. Nem as viagens no comboio tardio nos fazem bem, nem olhar o rio nos faz bem. Fica-se com o olhar preso no vazio da janela, onde a transparência nos mostra coisas que nem vemos tão pouco. E quando entramos num espaço escuro, vemos o reflexo das outras pessoas. Sempre gostei de observar as pessoas pelo reflexo do vidro. Elas mostram-se aos nossos olhos e olham-nos. No reflexo não há o medo de olhar as pessoas nos olhos, porque elas pensam que não as olhamos realmente. Pensam que olhamos para algo lá fora, através da transparência. Elas pensam assim. Mas as coisas não são assim. Porque há dias que são muito, e outros que são nada. E quem me dera, repartir o muito pelos muitos dias, para ter sempre alguma coisa todos os dias.
As palavras nestes dias que correm parecem tudo menos palavras. E eu fico calada, a pensar no reflexo das pessoas que vejo nos comboios. O quanto elas se mostram nos reflexos. O quanto elas se escondem fora deles. Palavras palavras difusas, vagas. É que eu sei que algum dia perco o fio condutor, perco não um, mas dias e dias. É sempre assim dizes, e eu sei que é.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Ao vasculhar algumas fotografias antigas, percebi que algo se passa em minha casa. E é um fenómeno bem estranho. Vamos ver.

Antes:


Depois de alguns anos:


Sim, ela já foi uma gata normal. Agora tem só obesidade mórbida. E acontece isto a todos os gatos.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Li há pouco uma notícia muito engraçada que me fez pensar.
"Teixeira dos Santos pede consenso no PEC e apela ao sentido de responsabilidade", assim é o título da notícia do Público. E o ministro dizia que: "O momento não é para quezílias e intrigas políticas que desviam as atenções e dão uma imagem deplorável da classe política". A palavra intriga fez-me lembrar aquelas novelas mexicanas que davam na rtp1. E quando dei por mim, comecei a pensar nos deputados todos histéricos, vestidos de mulheres com sombras verdes eléctricas e chinelos com flores vistosas. Todos aos berros. "Sócras és una mintirósaaaa!"
E podia-se chamar "Sócras y la intriga". E no genérico da novela aparecia o Sócrates a olhar para o infinito, com lágrimas nos olhos a dizer "Las otras chicas no acietam el PEC!Puercas!"
E é isto que me passa pela cabeça em noites destas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

No outro dia ouvia grandes êxitos dos anos oitenta, quando me apercebi que isso torna-se realmente um vício. Não sei se são os cabelos multicolores, repletos de permanentes, se são aquelas cuecas subidas...ou aquelas calças de ganga muito justas ao rabo...ou aqueles conjuntos de couro e pele de leopardo...não sei. O que é certo, é que quando ouço estas músicas, fico possuída pelo espírito dos eighties e só me apetece dançar como o Axl Rose. Aqui ficam algumas músicas dessa grande época!

George Michael - Faith

Atentem na dança maluca de George Michael. Que jogo de anca!E de pés!E de, e de...rabo.

sábado, 6 de março de 2010

Não gosto quando as pingas da chuva batem forte na minha cabeça.