quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pés de criança

Ontem descobri que tenho pés de criança. E descobri, porque numa busca desenfreada por sapatilhas normais (sem rosas choques e brilhantes) consegui enfiar os pés numas sapatilhas de tamanho 35. O mais engraçado é que eu não sabia que era possível tal coisa. Eu que pensava que 36 já era um pé pequeno, atingi um patamar ainda mais incrível: o 35. E juro que não me andam a enfaixar os pés. Mas digo mais, tanto é possível tal coisa, como ainda ficam bem à larga lá dentro, como quem diz "Sim senhora, nós estamos aqui bem confortáveis num tamanho 35 para criança". Isso até me incomodaria, porque realmente gostava de me afirmar no mundo não como uma pessoa que calça o 35, mas sim uma pessoa que calça por exemplo um bom 37. Porque realmente se formos a reparar bem bem, quando perguntamos a uma pessoa que número é que calça e ela nos diz "Eu sou menino para calçar o 42", nós exclamamos "Eia pa! Sim senhora! Tu és um homem!" E ficamos a pensar "Se eu me meter com este fulano, levo uma patada que cuidado, porque ele é menino para calçar o 42!" Agora se a resposta é "Eu sou uma criança para calçar o 35", nós exclamamos "Eia pa!Pfff...que ridículo! Deixa cá ver o teu pé." E ficamos a pensar "Se eu me meter com este fulano, é como levar uma patada de uma criança. Pensando bem, vou agarrar esta pequena pessoa debaixo do braço, e com os nós dos dedos esfregar-lhe a cabeça violentamente só para a irritar".
E voltando atrás, calçar o 35 até me incomodaria por este motivo, mas não incomoda. E não incomoda porquê? Porque à custa dos pés pequenos, consegui calçar uma sapatilha de criança que custam metade do preço da sapatilha de adulto. E posto isto, e assim sendo: Viva os pés de criança!

sábado, 24 de outubro de 2009

Os ventos quentes do sul pairam agora noutros lugares. Os ventos frios começaram e ela sorri. Ela gosta de enroscar os pés um no outro e ficar nos cobertores, enquanto os outros dizem que o frio é coisa ruim. Ela gosta de enterrar os gorros até às orelhas para o frio não entrar nos labirintos dos ouvidos, e lhe deixar vento na cabeça. Cabeça de vento já ela é, e vento ela não precisa não!Ela gosta de ouvir melodias enquanto a chuva cai nos vidros…parece que lhe escorre pelos traços da cara...faz-lhe bem. Só não gosta quando as pingas lhe caem na cabeça sem gorro, sem contar. Ela lá encolhe os ombros e esfrega o alto da cabeça com força e vai seguindo, seguindo em passo ligeiro, que as correntes frias do norte empurram-na cada vez mais.E também gosta de chegar a casa com os pés frios e molhados e deixar que a água quente lhe lave o gelo nos pés e que os gatos a aconcheguem nos seus lombos. E os abraços…os abraços quentes do frio. Ela também gosta sim.
Mas o que ela gosta mais mais mais, é de dançar com os ventos frios do norte, nas ruas, nos corredores, nos sonhos…suspiro…meus senhores diria até, dançar como se o vento fosse o seu homem… dançar sem esperar nada em troca.

Diz-me o porquê de quê o quê não porque porquanto espero o porquê de quê o que não espero não só espero o porquê o porquê de não saber o quê o que só espero é o que vem antes do porquê

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As crianças

Há pessoas que dizem que as crianças são o melhor do mundo. Hoje, e depois de passar uma hora e meia com crianças do sexto ano, tenho a certeza que as pessoas que estão na origem desta frase, têm problemas com drogas. As crianças, são efectivamente o pior do mundo. Pode ser uma revelação chocante para todos os que acham as crianças uma maravilha, mas realmente depois de uma hora e meia de puro desespero, nada mais interessa. Depois de uma hora e meia em que a nossa própria voz não se ouve no meio de tanto ruído, e em que todas as crianças falam e se levantam e oferecem porrada umas às outras, nada mais interessa. Depois de uma hora e meia deste calibre, sentimos só que levamos com um paralelo na cabeça e que essa pancada atingiu toda a parte reactiva do cérebro, provocando um leve zumbido nos ouvidos. E ficamos em coma, num qualquer banco, num qualquer sítio, à espera de falecer. Depois de uma hora e meia assim, a vontade é mesmo essa, falecer em qualquer sítio sem crianças, e esquecer que elas existem. Até porque a partir de hoje, todas as minhas quintas-feiras serão assim: um verdadeiro paraíso infernal em que as crianças aparentemente normais se transformam em pequenos monstros. Hum hum...
Há pessoas que também dizem que as crianças nos ensinam muito. E realmente ensinam. Hoje aprendi as sete formas possíveis de escrever croissant. E é algo divino. Temos o queraçá, o corraçá, o corassam, o corassá, o corasá, o corrasá e o coraçá.
Para além disto, há quem coma a meio da manhã um orgute.
E pronto, é isto.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

The animals save the planet!

Andava eu em busca de vídeos para um trabalho e eis que encontro esta genialidade! Uma ideia muito interessante para alertar para certos problemas do planeta...vejam os outros! Aqui fica um brilhante!

domingo, 11 de outubro de 2009

Fire in the disco!

Lembrei-me destes senhores na sexta-feira. São brilhantes! Proporcionam momentos de pândega total e coreografias em locais públicos totalmente sem sentido! Aqui fica o vídeo que realmente aconselho a ver. As luzinhas em sítios estratégicos, e a cara de loucura completa da mulher, são qualquer coisa! Depois de ouvir esta música o que fica é qualquer coisa deste género:

Danger! Danger! High Voltage!
When we touch, when we kiss,
Danger! Danger! High Voltage!
When we touch, when we kiss
When we touch



Já agora, fica aqui outra sugestão dos electric six, para apreciar a música e a sua letra sugestiva, e o vídeo claro!



I've got something to put in you!xD

domingo, 4 de outubro de 2009

Somos.
Sim, somos.
Tudo o que não dá para tornar invisível, somos.
E os olhos que me escapam,
eles dizem coisas.
Brademos aos céus, por eles dizerem coisas,
que olhos que são olhos dizem coisas!

Coisas.
Sim, coisas.
Tudo o que não dá para tornar invisível, eles dizem.
E eu digo-te coisas,
sem tu saberes que as digo,
mas eu digo,
e tu sabes que digo,
porque os teus olhos também dizem muito,
e eles dizem que tu sabes que digo,
tu sabes que digo coisas muitas,
de variada espécie.
Sabes o que quero dizer,
quando os olhos me escapam,
e te dizem coisas.
Sim, essas coisas.

Le mouvement



Encontrei-as algures. Não são minhas.
Fazem-me lembrar de quando éramos todos inocentes.
Fazem-me lembrar que tenho saudades de quando estávamos sempre todos juntos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

As imagens no comboio parecem pairar como se não passassem realmente pela janela. Ela pensa nos sonhos que lhe mentem, que a fazem mentir…o tempo não passou ainda. Parece pairar como as imagens no comboio. Aquelas árvores são como os sonhos a preto e branco em que o vermelho é a única cor que ela vê. Sim. O vermelho que é amor. O vermelho que é ela, porque ela só vê amor e só o quer ver a ele. Não quer ver as outras cores que a fazem lembrar de outras coisas. O verde. O verde faz-lhe lembrar vermelho. Mas não é por gostar da bandeira nacional. Não. Lembra-lhe sonhos. Sonhos que não pode contar e que a fazem mentir e esconder o vermelho. O vermelho que ainda sente.