sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ela perguntou-me inocente e doce o que é que eu sabia da vida. Inocente e doce. A vida pode ser precisamente como tu menina, ou pode ser exactamente como eu, perverso e amargo.
Ela inclinou-se e levou-me o copo do bagaço. Tal e qual como fez das outras vezes. O vestido branco que trazia, deixava ver as transparências do seu corpo. A transparência da vida em flor. Os seus olhos claros eram como a água das fontes, que eu parava para beber à beira da estrada. Ela disse, então é isso que sabes da vida?Eu acenei afirmativamente com a cabeça, mas ela só viu o chapéu a inclinar-se ora para a frente ora para trás, numa segurança dura e precisa. Ama-me, disse ela. Eu sorri perante a inocência e doçura daquelas palavras. Tonta, como todas. A tolice a transformá-la em mulher tonta e sem sentido, que só dá vontade de rir. Amo sim, respondi-lhe. Eu amo-te tal como todas as outras.

Um comentário:

Jorge disse...

"perverso e amargo" xD

bela visão por parte de um velho rabugento que as trata de forma igual a todas e que tem um grande coração para as amar e dar-lhes o que querem, como inocentes...

ahah nem sei o que escrevi aqui, mas gostei bastante do teu texto