segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Da crise e da insensatez



Não sei se é da crise que põe as pessoas insensatas, mas quase todos os dias existem declarações algo desvairadas. Foi o caso deste sábado que passou, em que António Borges disse que as medidas da TSU apoiadas pelo governo eram inteligentes e que os empresários que se revoltaram contra estas medidas eram uns ignorantes.
Bem, na minha humilde opinião este senhor é um banana. Primeiro porque (supostamente) percebe de finanças e economia e ao apoiar o governo nesta decisão da TSU, revela que provavelmente a teoria que aprendeu nunca foi aplicada em casos reais. Ignorar os efeitos económicos destas medidas da TSU na população é muito grave. Dizer que é uma medida com pernas para andar é de ignorante. Desde perda de poder de compra, reduções astronómicas do rendimento familiar em pessoas já endividadas, perda de competitividade, instabilidade social…há tanto que podia correr mal.
Para além de apoiar este tipo de medidas e ser extremamente arrogante, foi de facto estúpido pensar que as declarações dele não teriam repercussões quando as disse precisamente num fórum empresarial. Isto foi quase como chocalhar uma colmeia inteira de abelhas e pensar que sairia incólume. Toda esta história lembra-me que sim podemos ter direito a ter opiniões e a discuti-las em público, mas quando se é um consultor do governo é esperado que tenha outro tipo de postura. E lembra-me mais uma vez que em Portugal reina a política de impunidade absoluta. Em tudo. Desde o mais baixo cargo até ao mais alto, a incompetência e a insolência são premiadas com cargos políticos.
Atendendo ao facto de que este senhor irá ajudar o governo com os processos de privatizações, só posso dizer que tenho medo, muito medo.

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