quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O coração fica-me pálido,
fica-me pálido quando vais, quando não ficas.
A pá enterro-a na terra e ela sai-me vazia.
A terra não me vem, não me fica.
Leva-la tu que podes melhor dos ossos.
Leva-la tu porque ela a ti sabe melhor.
Leva-la tu porque és amor todos os dias.
Todos os dias és amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor, meu amor
(Pausa. Respiro.)
Digo mil vezes meu amor,
que me deito contigo, que me entrego a ti,
que me choro e entrego-me.
Possui-me que sou de ninguém.
Ninguém me tira da terra como tu me desenterras.
Todos os dias.
Vens todos os dias, mesmo que não me queiras.
E que não queiras, que eu morra já aqui.

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